terça-feira, 1 de setembro de 2015

POSITIVO E NEGATIVO: DUAS ESFERAS QUE SE CONTRAPÕEM NA CONTRADIÇÃO DA INFORMAÇÃO.

Edemilton dos Santos[1]

Quando somos perguntados para olhar os pontos positivos ou negativos de alguma realidade o que ressaltamos primeiro, com mais ênfase, o negativo ou o positivo? Quase sempre é o negativo. E porque acontece isso? Por que nossa vida é carregada de enxurradas de informações negativas a todo instante. Basta abrir o jornal que recebemos em casa que as manchetes quase sempre são as mesmas. Sim, isso mesmo, as mesmas. O diferencial é que mudam as palavras. E como nós não nos preocupamos em gravar a informação isso passa despercebido. Assim acontece com os outros meios de comunicação falado ou escrito. A preocupação é a tragédia. Se fosse possível torcer algumas emissoras de TV sairia sangue metaforicamente falando.

A linguagem escrita ou falada é direcionada ao seu público ouvinte ou leitor. Cada apresentador da informação tem em seu texto o contexto que atingirá com a mesma. Como, na maioria das vezes, o apresentador já sabe que o público não irá checar o conteúdo da informação, a faz chegar até o seu destino final como ele quer e muitas vezes tendenciosa.

A principal tarefa da informação noticiosa é formar opinião. Se ela não conseguir fazer isso, não atingiu o seu objetivo. Diante de uma constante de informação sobre assaltos, mortes, roubos, corrupção o foco é formar uma opinião de que o Brasil é um país violento e corrupto. A violência existe sim. A corrupção também. Mas, gravamos tanto a informação negativa que, se moramos numa cidade tranquila, somos capazes de ver o negativo nacional e não a tranquilidade e a bondade que nos cercam todos os dias. Somos capazes de viver mais em Brasília do que na nossa própria cidade sem sair da nossa casa.

Bem, diante de tudo isso, onde fica o positivo? O positivo fica quase esquecido na vinculação da informação, mas presente na pessoa que estende a mão para ajudar a outra. No jovem que ajuda uma senhora atravessar a rua. Na vizinha que empresta o sal para outra. Na roda de chimarrão, tererê ou café. Nos amigos que se encontrar no final de semana para partilhar momentos comuns. Nas ONGs que fazem um trabalho maravilhoso com pessoas necessitadas da sociedade. No Obrigado que o cliente diz ao vendedor depois de pagar a sua conta. No pedir licença. No por favor. No não jogar lixo na rua, enfim em tantas coisas que são insignificantes para a grande mídia.

Sendo assim podemos concluir que o negativo é mais visível que o positivo porque dar um tiro em alguém é mais nobre que estender a mão para ajudar. Dar um soco na cara é mais qualificado que dialogar. Dizer que a pessoa não presta ou não tem moral é mais engrandecedor que ver o que ela tem de bom. Onde queremos chegar? No lugar no negativo ou do positivo? A decisão é de cada um. Pensemos!





[1] Professor e Pesquisador, Licenciado em Filosofia e pós-graduando em Docência no Ensino Superior.