quarta-feira, 1 de junho de 2016

EDUCAÇÃO HIBERNADA

A Educação é o caminho para o desconhecido. A aventura de conhecer é fonte inesgotável. Achar essa fonte é o mesmo que buscar um tesouro num lugar desconhecido.

Quando se fala em educar logo vem a mente, mesmo que de maneira implícita, o verbo educare do latim que vem de outro termo latino educere, vocábulo com um prefixo ex, fora, e ducere, conduzir. Aplicando o significado tem-se conduzir para fora. Tomando, aqui as palavras de Sócrates, “conhece-te a ti mesmo”, aplicadas à Educação, se chega ao ápice daquilo que é o seu escopo: tirar de dentro para fora o conhecimento que prepara o ser humano para ser-no-mundo.

Tamanha é essa aventura de viajar pelo conhecimento. Essa viagem conduz cada ser em processo de conhecer – que todos o são – para uma fonte inesgotável. O conhecimento brota de uma profundidade que produz e jorra límpida água sobre quem se aventurar a buscar a fonte. Para este processo existe o mediador que orienta por onde caminhar, porém é o aventureiro quem caminha para mergulhar no oceano do conhecer.


Esse processo requer disciplina, vontade e, acima de tudo, querer pensar. E por falar em pensar, é o mesmo que dizer: viver na sociedade do não-pensar. Pensar é coisa do passado. Pensar é para os velhos. Pensar é ridículo. Pensar é ser fora da lei. Tudo pra dizer que a tecnologia pensa por nós. Para que fazer esforço se é melhor ter tudo pronto? A superficialidade do ser-em-construção cedeu espaço para o ser-em-hibernação. Sim! Vive-se a hibernação do conhecimento, da educação, pois não se tem vontade de buscar a fonte inesgotável do conhecer. Isso quer dizer, se vive na superficialidade do conhecimento. Para que conhecer se tem conhece por mim? Na atualidade eis o grande desafio: fazer a transformação do ser-pensante-hibernado para o ser-pensante-em-construção. Alcançando esse transformação se chega ao tesouro. 

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